Fp 2.7-8 – Nosso Humilde Rei-Servo (mensagem)

Eu quero iniciar esta mensagem com uma parábola. Não sobre ramos de palmeira, mas sobre bambu.
Uma vez existia um jardim muito bonito. De todas as plantas do jardim, a que o jardineiro considerava mais bonita era um bambu, esplêndido e nobre. Ano após ano o bambu crescia mais bonito e vistoso. Ele tinha consciência do amor que o jardineiro sentia por ele, mas ainda assim era modesto e gentil em todas as coisas.
Um dia o jardineiro olhou o bambu e disse: Bambu, eu quero usá-lo. O Bambu levantou sua cabeça para o céu deliciando-se com o momento. Finalmente ele saberia qual era o seu destino. E respondeu: Mestre jardineiro, eu estou pronto. Use-me como você quiser.
E o jardineiro disse muito sério: Bambu, eu quero cortá-lo.
Um tremendo susto e um verdadeiro terror atingiram o bambu. Me cortar? Mas justo eu que você cuidou com tanto carinho, me fez a mais bonita das plantas do jardim? Me cortar? Ah, isso não!
Meu querido bambu, se eu não o cortar, não poderei usá-lo!, disse o jardineiro.
Um silêncio profundo tomou conta daquele jardim. Então, ouviu-se um sussurro: Meu mestre, se você não pode me usar a não ser que me corte, então faça isso.
Bambu, meu querido bambu, eu também quero cortar suas folhas, disse o mestre jardineiro.
Senhor, por favor, me salve disso. Me corte, me jogue ao chão, mas você precisa mesmo cortar minhas folhas?, disse o bambu.
Bambu, se eu não cortar suas folhas, não posso usá-lo, foi a resposta do jardineiro.
Depois de um silêncio, o bambu disse num sussurro: pode cortar. Mas o jardineiro replicou: Bambu, eu também vou reparti-lo em dois e tirar seu coração, porque, se eu não fizer isso, eu não posso usá-lo.
Então, mestre jardineiro, corte, divida e retire, foi a resposta humilde do bambu.
E, assim, o jardineiro cortou o bambu, retirou todas as suas folhas, dividiu-o em duas partes e recortou seu coração. Depois o levou até onde havia uma fonte de água fresca e arrumou as duas partes do bambu como um condutor desta água para com ela regar uma área de plantação.
A água correu alegremente pelo canal formado pelo corpo do bambu e logo começou a regar todo o jardim. Então a terra foi preparada e nela foi plantado arroz. Os dias passaram, as plantas começaram a germinar e, algum tempo depois, aconteceu a colheita. O bambu, morto ao ser cortado e dividido, transformou-se num canal de vida abundante para o mundo do mestre jardineiro.
Esta não é apenas uma história sobre um bambu, mas também sobre Cristo. Ele que tinha a glória divina, se esvaziou e levou a vida de um servo, nascendo tal como um ser humano. E, como ser humano, ele se humilhou e foi obediente até a morte, e morte de cruz.
O profeta Isaías, falando sobre o Servo de Deus, diz que ele não era bonito nem simpático, nem tinha nenhuma beleza que chamasse a nossa atenção ou que nos agradasse. Ele foi rejeitado e desprezado por todos; ele suportou dores e sofrimentos sem fim(Is 53.2-3)
O bambu foi despojado de toda a sua beleza, foi dividido e colocado na sujeira da lama, de forma que pudesse servir ao seu mestre jardineiro. E ele não serviu apenas ao jardineiro, mas também às plantas do campo. Ele deu a sua vida para que o campo pudesse ter vida abundante. De um modo semelhante, Cristo foi despojado, surrado e pregado a uma cruz, agonizando até a morte, de forma que pudesse nos dar vida abundante.
As leituras de hoje enfatizam com força a maneira como Jesus veio servir. Nós ouvimos o relato de sua chegada a Jerusalém no lombo de um burro. Aos olhos do povo ele era um herói. Eles tinham ouvido relatos de como Jesus tinha curado pessoas, dado visão aos cegos, aberto os ouvidos dos surdos e até que alguns mortos tinham sido ressuscitados. Eles tinham ouvido dizer que Jesus era amigo das pessoas que o mundo evitava. E por isso se enfileiraram ao longo da estrada que ia a Jerusalém e gritavam alegremente enquanto Jesus passava. Eles balançavam ramos de palmeiras e gritavam: Que Deus abençoe o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória a Deus! (Lc 19.38).
Este era o rei esperado ao longo dos séculos, o Messias de quem os profetas falaram. Este era o Messias que lhes daria liberdade política, prosperidade e os livraria da fome e da doença. Será que poderiam existir dúvidas sobre isso? Jesus é um Rei. Ele é o criador do universo. Ele governa com poder e majestade. Será que podem existir dúvidas sobre suas credenciais? Quando o anjo Gabriel encontrou-se com Maria e lhe falou de sua milagrosa gravidez, ele disse: Ele vai se rum grande homem e será chamado de o Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o seu antepassado Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca acabará (Lc 1.32-33)
A história registra que quando, no século XIX, Bismarck, chanceler da Prússia, decidiu fazer sua entrada triunfal em Jerusalém, ele montou um belo cavalo branco e foi acompanhado por um número tão grande de soldados e funcionários, que uma parte dos muros precisou ser colocada abaixo. É assim que se imagina que uma pessoa importante entre numa cidade: faixas, bandeiras, multidões enfileiradas para ver uma bela limusine preta com vidros escuros, a TV transmitindo ao vivo…
Mas há algo de diferente sobre o rei que entra em Jerusalém. Ele vem montado num burrinho. Ele é um rei servo. Ele veio para servir, ajudar, dar alívio, apoiar, humilde e abnegadamente. Se nós falamos sobre seu ato de lavar os pés dos discípulos ou do seu sofrimento e morte, ou ainda de sua entrada sobre um humilde jumento neste dia de Ramos, estes episódios são símbolos poderosos da maneira como Jesus via sua missão e ministério. Ele viu sua vida como um servir humilde: Pela sua própria vontade, abandonou tudo o que tinha e tomou a natureza de servo. Ele se tornou semelhante ao ser humano… se rebaixou, andando nos caminhos de obediência até a morte – e morte na cruz (Fp 2.7-8). Se servir significava dar a sua própria vida, então foi isso que o Rei do dia de Ramos fez.
Uma das tiras de quadrinhos mais famosas em todo o mundo é a de Charlie Brown. Numa delas, Charlie e seu amigo Linus estão olhando o céu estrelado. Você gostaria de ser uma estrela cadente? perguntou Charlie a Linus. Com certeza, respondeu Linus. Quer dizer, eu não sei… disse depois de pensar um pouco. E finalmente disse: Eu detestaria ser algo que só cai.
A lição é esta: uma estrela deixou o seu brilho, sua alta posição,em nosso favor. Jesus fez isso: como um cordeiro foi levado ao sacrifício. Ele morreu em nosso favor. 
Aqui está o Rei do universo, o Filho perfeito do altíssimo Deus, suportando todo sofrimento nas mãos de pessoas más. Aqui está Deus, sujo amor pelo seu povo pode ser descrito como incrível, ao ponto de vir em forma humana para suportar zombaria e ódio, para ser pregado numa cruz como se fosse o pior criminoso. Quanta humildade. Quanto amor Ele demonstrou: Ele se rebaixou, andando nos caminhos da obediência te a morte. Ele morreu por nós e esta notícia é música aos nossos ouvidos. Ele morreu em nosso lugar.Ele veio oferecer sua vida como sacrifício perfeito em favor de todos os que já viveram, os que hoje vivem e os que ainda viverão no futuro. Ele veio para dar perdão a toda a humanidade.
Está humilhando para ser amado assim – ser amado a morte por Deus.
Ele veio tomar sobre si o nosso medo e nos dar paz – uma paz que vai além de toda a compreensão, uma paz que nos acalma quando estamos aterrorizados com o estrago que nosso pecado causa em nossas vida. Ele veio nos dar a alegria da vida eterna, muito embora os acontecimentos da Sexta-Feira Santa sejam terríveis. Neles Deus estava realizando a nossa salvação. Ele assume todos os nossos fracassos e carrega toda a nossa culpa sobre a cruz do Calvário onde morre em nosso lugar.
Como esta notícia é maravilhosa: Deus nos ama a ponto de morrer em nosso lugar. Isso nos leva a curvar a cabeça e dobrar o joelho. É o fim de todas as nossas tentativas em justificar nossos erros. Sermos amados desta forma nos dá uma nova visão de nosso valor. Jesus, o Filho de Deus Pai, o próprio Deus todo-poderoso, morreu por nós. Nós não tínhamos como pagar nossa dívida, mas, maravilha das maravilhas, Deus estava providenciando o pagamento por nós. Isso mexe conosco e com nossa vontade em vivermos como verdadeiros filhos de Deus.
A partir deste final de hoje entramos num período especial do ano, a Semana Santa. Nestes dias, o Espírito Santo nos chama a uma fé mais profunda, a uma confiança inabalável em Jesus como nosso Salvador e auxiliador para todo instante. O Espírito Santo também nos chama para um compromisso real com o servir a Deus assim como Ele graciosamente nos serviu com seu sofrimento e morte.
Vamos nos unir aos outros irmãos e irmãs em Cristo, aos outros cristãos de todos os tempos e de todos os lugares, e celebrar a paz que recebemos da morte e ressurreição de Jesus. Vamos nos unir à Igreja de Cristo que está em todo o mundo e louvar a Deus, dizendo: Que Deus abençoe o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória a Deus! Amém.

(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor)

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